26 de maio de 2014
22 de maio de 2014
Pais atenciosos, filhos seguros
Já sabemos que
a ausência física dos pais ou cuidadores até aos 12 meses têm impacto
significativo no desenvolvimento das crianças, mas mais recentemente a
investigação revela que a falta de disponibilidade psicológica na primeira
infância, por doença (ex: depressão) ou por motivos profissionais (ex: pouco
tempo e qualidade de interação com os filhos), pode gerar sentimentos nas
crianças (futuramente adultos) semelhantes aos de perda efetiva do prestador de
cuidados.
Estes
sentimentos negativos interferem no reconhecimento do seu valor pessoal e na
construção de um modelo interno equilibrado de interação com o meio. Uma vez
que a interpretação que fazemos dos acontecimentos, interações e pessoas surgem
a partir deste modelo que construímos desde pequenos, e, conduz o nosso
comportamento na vida.
Ou seja, a
qualidade da relação de vinculação (ligação ao Outro significativo) no início
de vida é determinante para a qualidade das relações futuras, consigo próprio e
com os outros.
De uma forma
simplificada podemos dizer que, se a criança teve um cuidador disponível para
atender as suas necessidades (comida, afeto) constrói uma representação de si,
do mundo positiva e segura, tendo por isso um padrão de interação seguro no futuro,
mesmo face a dificuldades. Sendo posteriormente mais resiliente e com uma
melhor gestão dos níveis de stress. Pelo contrário, se a disponibilidade do
cuidador foi intermitente ou inexistente, cria um padrão comportamental
inseguro ou evitante. Tendo a criança em adulto, mais dificuldade em assumir a
responsabilidade e iniciativa da sua ação. Sentindo menos controlo de si e das
situações, sentindo-se menos capaz e por isso atingindo maiores níveis de
ansiedade e stress.
Por isso pais, presentes ou futuros: pensem que podem querer dar
tudo (Tablet, jogos e atividades) procurando enriquecer a vida do vosso filho.
Mas o tempo que passam com ele a brincar também é como água que corre no rio…
deixa marcas na margem, modifica o seu leito, que por sua vez interfere no
curso da água, e esta não passa duas vezes no mesmo local…
Pais atenciosos geram filhos
seguros!
5 de maio de 2014
Disciplina & Afeto
Imagine que está num supermercado e o seu
filho chora e exige que lhe compre um brinquedo, um chocolate… qualquer coisa
que lhe apeteceu… ou são horas de dormir, tomar banho, comer… e nasce uma
batalha?... Reconhece?
Muitas vezes os pais perdidos de
cansaço, de culpa por não terem tempo para serem pais, ficam “sozinhos” frente
à difícil tarefa de educar os seus rebentos, ouvem os comentários de amigos e
familiares que lhes dizem muito e nada.... porque “no meu tempo era um palmada
e a birra acabava logo”. Os pais que procuram soluções ficam perdidos com tanta
“orientação”!...
Toda a ação das crianças visa
despertar a atenção dos pais, e toda a ação deve ter uma consequência, positiva
ou negativa dependendo da ação, mas há a possibilidade de aplicar disciplina de
forma afetuosa e eficaz se face ao comportamento inadequado, os pais:
- Tiverem uma ação-consequência
imediata, porque as crianças têm uma memória de curto prazo. Se aplicar a ação
mais tarde a criança não vai entender o porquê, logo, futuramente não inibe o
comportamento inadequado.
- Se escolherem uma consequência
que seja aplicável na maioria de situações semelhantes, ou seja, uma ação coerente.
Assim, a criança cria um reportório de emparelhamento de ação-consequência que
serve de guia autorientador.
- Se comunicarem de forma firme,
pois a atitude com que expressam a consequência tem mais força do que os gritos,
pois transmite que os pais estão seguros das regras que colocam e que as vão
fazer cumprir, sempre!
- Se escolherem consequências
concretizáveis, que sejam de fácil aplicação. Se ameaçam no calor do momento com
consequências que não pode cumprir (ou não quer) perde a eficácia a curto
prazo, pois a criança “aprende” que não acontece nada.
- Se protegerem a personalidade
em desenvolvimento da criança, sendo justa, incidindo sobre a intenção e não
sobre o ato em si. A criança que magoou outra mas sem intenção, a
ação-consequência tem de ser diferenciada de outra com intenção. Da mesma
forma, a criança que agiu mal não é “má” mas fez, teve um mau comportamento.
- Por fim, uma consequência que
seja construtiva. É preciso oferecer uma justificação adaptada à idade e soluções
alternativas quando dizemos que “não” há criança, para que ao longo do tempo
ela construa um reportório de ações alternativas e positivas a ter em situações
semelhantes. Se é negado um pedido à
criança, ela tem direito de ficar triste ou zangada, mas a expressão desse
sentir é que tem de ser ajustada.
Claro que a tarefa de estabelecer
limites torna-se mais difícil quando não existe acordo entre os pais quanto à
medida corretiva a seguir, mas em caso de desacordo, devem evitar mostrá-lo à
criança. Podem falar em privado e se for necessário alterar alguma medida que
um já adotou, cabe a esse qualquer alteração ao que está imposto, para que a
sua autoridade seja reforçada e não fragilizada aos olhos da criança.
Em suma, o “bom castigo” deve
permitir a alteração do comportamento, por isso, antes de aplicá-lo, avise a
criança com uma advertência, se ela persistir retire-a para um local mais
sossegado e no percurso não a repreenda. Chegando ao local, que seja livre de
distrações (brinquedo, TV...) explique-lhe que vai ficar ali a pensar no seu comportamento.
Este time out tem um período limitado
(com inicio e fim) colocado e levantado pelo adulto. Como orientação, um minuto
por cada ano de idade que a criança tenha. Quando elas são muito pequenas não
vão “pensar” no seu comportamento, mas o retirar para um local à parte ajuda a
diminuir a agitação (choro, movimentos motores) e torná-la mais recetiva às
correções do adulto. O que aumenta a probabilidade de alteração do seu
comportamento no futuro.
1 de maio de 2014
Equilíbrio e Esforço...
Quando estamos em esforço
nas tarefas diárias, precisamos urgentemente olhar para dentro de nós, para encontrar
o equilíbrio perdido. Quando vivemos de acordo connosco e não só a tentar responder
as expectativas sociais ou do Outro, quando estamos centrados, o esforço não existe.
Não significa ser irrealista ou egoísta, mas antes, o criar um espaço sereno e sagrado
dentro de nós que será a âncora nos momentos difíceis.
Diariamente somos confrontados com fatores stressores,
vindos da família, amigos, colegas e do trabalho que podem destabilizar a harmonia
interior. Procurar cultivar continuamente a serenidade é tarefa de cada um, mas
conseguimos se dedicarmos atenção a alguns aspetos... Procurando responder a questões
centrais como quem Eu sou, que se altera continuamente, saber o que me move (sonho),
e, acima de tudo, o que e/ou quem me tira a energia que preciso para me manter saudável.
Inspirado in "Aprendendo
a viver comigo" de Sofia Martins
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